eu e minha metade inteira

eu e minha metade inteira
quinta da boa vista, quase ontem

sábado, 20 de novembro de 2010

Quase dezembro


Vi um menino bem pequetitoco, chorando hoje na rua. Seu pai levava seu irmão no colo e ele ia, meio que arrastado, falando em sua fala miúda e chorosa, uma palavra que compreendi a muito custo. FERIADO.
Seu pai respondia que não era feriado nada, e arrematava: “vambora!”
Oh! Deus! Por que o mês de dezembro inteiro não é feriado?
Existem pessoas (?) que contestam as férias escolares serem tão longas (emendando janeiro com o recesso de dezembro e uma semana em julho).
Quem contesta nunca pisou numa sala de aula.
Não sabe, de jeito nenhum, o que é conviver, durante 200 dias com ideias, sonhos, esperanças, desesperanças, tormentos e angústias de outras 25 pessoas, ou mais, muito mais.
Não entende que são 200 textos lidos, 200 oportunidades de escrita, 200 tentativas de leitura, 200 momentos de reflexão, fora todo o resto.
Foram 200 merendas, 200 recreios e brincadeiras, 200 entradas e saídas, 200 X 200 preocupações, alegrias, choros e risos.
200 esperanças renovadas, e 200 baldes de água fria.
Chega dezembro  e minha mente está assim, meio que vazia, de tantos 200.
Dá pra ouvir grilos. E nenhum deles é falante.

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