eu e minha metade inteira

eu e minha metade inteira
quinta da boa vista, quase ontem

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Uma do Galeano pra gente refletir

Sixto Martinez cumpriu serviço militar em um quartel de Sevilha.
No meio do pátio do quartel havia um banquinho. Junto ao banquinho, um soldado montava guarda. Ninguém sabia por que era necessário guardar o banquinho. A guarda se fazia porque se fazia, noite e dia, todas as noites, todos os dias, e de geração em geração os oficiais transmitiam a ordem e os soldados a obedeciam. Nunca ninguém duvidou, nunca ninguém perguntou. Se assim se fazia, e sempre se havia feito, por algum motivo seria.
E assim continuou a ser, até que alguém, não sei qual general ou coronel, quis saber a ordem original. Tiveram que revolver a fundo os arquivos. E depois de muito buscar, ficou-se sabendo. Havia trinta e três anos, dois meses e quatro dias, um oficial havia mandado montar guarda junto ao banquinho, que estava recém-pintado, para que não acontecesse de alguém sentar sobre a tinta fresca.
Eduardo Galeano, o Livro dos Abraços

quarta-feira, 20 de julho de 2011


Gosto do tema leitura, quase tanto quanto gosto de ler. Esse gostar não se caracteriza numa curiosidade acadêmica, embora não descarte essa ideia, mas uma curiosidade que me enche de perguntas e vontade de compartilhar ideias.

Uma delas é: O que faz de um leitor, leitor? Ou mais: um leitor desesperado, como eu e como vocês, acredito eu. Não falo dos que lêem, dos que até gostam de ler, mas daqueles que necessitam de leitura tal como de ar.

Um dia, estando eu ouvindo rádio, tem uns quatro anos isso, ouvi um texto que em essência era mais ou menos o que vou escrever, embora não possa deixar de dizer que, com certeza dei a ideia original, as palavras que gostaria de ter ouvido:

“Se você lê em média 2 livros por semana, em um mês você terá lido 8 livros, em um ano 96 livros, em uma década 960 livros. Se você tiver em toda sua vida 5 décadas de leitor, terá lido cerca de 4800 livros. Muito pouco. Pensando nos 130 milhões de livros já publicados você terá lido apenas 4mil e 800. Então não perca tempo, leia um livro.”

Bem, com esse texto em mente tentei contar os livros lidos em um ano, certa que lia mais do que a média nacional, sabia também que não lia 2 livros por semana. Não deu certo, como leio, geralmente, mais de um livro por vez, me perdi na contagem.... Mas este ano, com o (des) caminho, fiz uma lista  (aí à direita) com todos os que tenho lido e os que quero ler.

Neste meio de ano (junho/julho) me vi tentada a pensar sobre isso:

Procurei no guru máximo da nossa era, Pai Google, a média de leitura nacional, todas as fontes iam no mesmo sentido, em torno de 4,7 livros por ano. A pesquisa diz ainda que entre pessoas com nível universitário a média sobe para 8,3 livros. Bem, não li este ano mais ou menos do que leio sempre, se pegar os livros deste ano como a minha média, leio cerca de 35 livros por ano.

Fui atrás da média em países com histórico de promoção e acesso à leitura, a média europeia gira em torno de 8 livros por ano.

Muitas questões apareceram para mim a partir daí, algumas vou discutir em outras postagens, mas o que grita é: O que faz de nós, leitores acima da média? O que transforma a leitura no ar e água de nossas vidas?

Ouço sempre duas desculpas esfarrapadas para quem não lê, a primeira e que considero horrorosa é: “não tenho tempo para ler”. Não posso concordar que eu (e vocês) temos tempo a mais, mas sim que, as escolhas que fazemos para organizar nosso tempo priorizam ou não a leitura. A outra é: “não gosto de ler” e apesar desta doer no meu coração, porque minha’lma de professora me culpa por cada um que diz isso, apesar de achar triste, acho essa a mais sincera (embora fique pensado nos 130 milhões de livros publicados, será que nenhum, NENHUM, agrada?)

Então vamos lá,

O que fez de você o leitor que você é?

Que características da sua vida te fizeram o leitor de hoje? Que influências você carrega?

Reflita, comente e comente o comentário alheio, te espero...

terça-feira, 12 de julho de 2011

Queridos, estou sumida mas nada tem a ver com o facebook, tem a ver com o fim do bimestre mesmo, relatórios e mais relatórios e ainda mais estou absorvida pela leitura de "Batismo de Sangue" do Frei Betto. Assim que acabar venho correndo aqui, aguardem e confiem.

domingo, 3 de julho de 2011

A Revolução dos Bichos

Sabe aquele livro que todo mundo diz que você vai amar, que você encontra referência em inúmeros lugares mas nunca se interessa realmente em lê-lo? Pois então, essa havia sido minha história com "A Revolução dos Bichos", até mês passado.
Como vocês sabem, ano passado fizemos em nossa escola uma grande campanha de empréstimo de livros, e para isso, contamos com a ajuda de muitos parceiros que doaram parte de seu acervo pessoal, (não posso nunca deixar de agradecê-los, como alguns estão entre vocês, obrigada), mexendo este ano nos livros para retomar os empréstimos me vi com "A revolução..." nas mãos, olhei e pensei, acho que já é ora, peguei emprestado e trouxe pra casa.
Nossa!!!!!!!!!!!!!!!!!! Por que demorei tanto para lê-lo? Por que não o li com 13, 14 anos e a cabeça tão povoada de marxismo-leninismo-trotskysmo? Mas agradeci não ter fadado este livro a montanha interminável de livros que infelizmente eu nunca lerei.
Para quem não leu, eu recomendo, para quem já leu, peço para postarem seus comentários sobre ele, eu amei de um amor incondicional.
Bê, pensei muito em você quando li sobre o autor, veja só: George Orwell alistou-se para combater na Guerra Civil Espanhola mas, diferente da maioria dos intelectuais que se alistavam, lutou no POUM, ao lado dos anarquistas socialistas e não nas brigadas internacionais dos comunistas ortodoxos, ele já denunciava os abusos stalinistas e toda prática totalitarista. Apaixonante não?!
Termino com suas palavras ao finalizar o livro:"As criaturas de fora olhavam de um porco para um homem, de um homem para um porco e de um porco para um homem, outra vez.; mas já se tornara impossível distinguir quem era homem, quem era porco.'

Obrigada!

Dia especial, companhias preciosas, manhã agradável e preparação para mais uma viagem, perfeito!
No entanto hoje, preciso agradecer, agradecer palavras doces e carinhosas de uma leitora de muito valor, e já que resolveu seguir o blog (seguir publicamente, pois já lia as postagens e eu não sabia) vou agradecer publicamente também. Rosangela, obrigada!
Obrigada por ler, por se posicionar, por escolher palavras tão bonitas para elogiar.

sábado, 2 de julho de 2011

Hoje preciso dizer: que orgulho danado de ter conhecido, de ter como irmão, o meu amado Amilcar!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!