eu e minha metade inteira

eu e minha metade inteira
quinta da boa vista, quase ontem

sábado, 20 de novembro de 2010

Duas coisas que descobri sobre ônibus, uma delas assustadora.


Quando era criança, e até a algum tempo atrás, não entendia porque que tinha banco mais alto que o outro no ônibus, achava que era só pra criança ficar feliz. Um dia, olhando de fora entendi que era por causa da roda. Eu entendi, mas me desencantei. As vezes olhando de fora a gente vê melhor, mas corremos o risco de acabar em desencanto.
Minha mãe tinha um acordo comigo e minha irmã. Naquele tempo as crianças entravam pela frente do ônibus para não pagar passagem, e as mães pela roleta atrás. As crianças (pelo menos eu) tinham medo de que o ônibus partisse sem que as mães entrassem. Então a minha me tranqüilizava dizendo que, caso isso acontecesse, bastava ir até o ponto final e esperá-la lá.
Só que um dia (tem sempre um dia) eu li na placa – ônibus circular – e perguntei pra mãe o que era. Ela explicou que era um ônibus que não tinha ponto final. Não convencida ainda indaguei – como assim? Ele faz o trajeto direto, sem parar.
Pronto, meu desespero mudo (porque não queria espantar nem minha mãe, nem minha irmã) se instalou. Imaginei um dia que a minha mãe não conseguisse subir no ônibus e eu ficaria rodando com ele até a gasolina acabar, até eu enlouquecer ou até minha mãe desespera me encontrar.
Que medo!!!!

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