eu e minha metade inteira

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quinta da boa vista, quase ontem

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Gatos da minha vida


Minha irmã já falou de gatos, se quiser ver como pra ela ficou, vá ler suas crônicas conquistadas ao contrário. Aqui falarei dos miados que enchem minha vida.
Nunca fomos criadas para ter medo. O medo, assim como o nojo, e o preconceito, são ensinados pela sociedade. Na nossa micro – sociedade, a da nossa família primeira, ninguém disse que criança deveria ter medo. Então não tínhamos.
Aliás me veio à memória a nossa brincadeira predileta: brincar de medo, o medo existia para nós no campo das delícias, vejam só! Um dia venho aqui e ensino vocês a brincarem de medo.
Não tínhamos medo de animais: brincávamos com cachorro na rua, tínhamos lagartixas (Hemengarda e Filomena) de estimação; Tínhamos uma aranha (Rosali) também de estimação, fora papagaio, cachorro, tartaruga (que fugiu correndo!). Me impressiona hoje, uma casa que comida em abundância, era escassa, ter tantos bichos pra alimentar.Mas minha mãe tinha medo de gato.
Nosso avô matava gato para comer. Não torçam o nariz, ninguém aqui come galinha, boi ou peixe vivo, tem que matar ué! E também não me venham dizer que o boi foi feito pra morrer, mentira, verdade. Todos nós, pensando no objetivo final da vida, fomos feitos pra morrer.
Eu já comi coelho, e é gostoso. Dizem que gato é parecido com coelho, eu não acredito.
A verdade é que minha mãe era assombrada pelos miados dos coelhos mortos de sua infância. Mas, eis que um dia (sempre tem um dia) que a Mel chegou em nossas vidas, morava no bar do Severino e tinha esse nome porque seu miado era assim, mel, embora gato nenhum mie miau. (o Frodo mia Mriuu)
Queríamos a gata, meu pai trouxe, minha mãe tinha medo que miasse, mas para felicidade de todos, ela não miava miau e sim mel, e então ficou.
Mel teve muitos filhos e mesmo castrada ia procurar gatos pelos telhados da vida, era a melhor amiga do Bob (um cachorro).
Gatos, tivemos muitos: grandes, pequenos, sujos, limpos, doentes, saudáveis, bonitos e feios. Foram embora de diferentes maneiras que a bê já contou (vá logo ler as suas conquistas ao revés).
Hoje os quatro da família primeira, moram em casas diferentes, em cada uma tem gato. Na da bê não tem gato físico, porque a Morgana não conseguiu renovar seu visto de espanhola, mas tem gato em sentimento e em visita, porque a Morgana, sendo bruxa, visita a bê em noites de lua cheia, pode confirmar com ela (com a bê, não com a Morgana, a não ser que você entenda o que ela diz).
Hoje tenho três: Frodo Bolseiro, o primeiro gato transex do mundo (embora seu médico diga que existam muitos, eu nunca vi), Frida Khalo, que nasceu do toco de uma árvore, e Nedjem, o gato preto que mora no meu ombro e vai comigo para onde quer que eu vá.

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