eu e minha metade inteira

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quinta da boa vista, quase ontem

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Íamos dominar o mundo


Nesta foto, que roubei do orkut do marcelinho, companheiro dos tempos idos, está uma parte da juventude da década de 90, a que acreditava que iria dominar o mundo.
Eu entendo porque nos partidos de esquerda (nos de direita não me importa - me recuso a acreditar que a juventude se presta a ela) é comum associarem à juventude, uma característica tarefeira.
É compreensível, auge dos poucos anos, hormônios em ebulição. crença inabalável que qualquer atividade (lavar banheiro, vender jornal, grampear folhas) iria deflagrar a revolução socialista mundial.
Hoje sabemos que o papel grampeado só faz as folhas não se despencaram, que o banheiro limpo faz o mesmo ficar limpo, e o jornal vendido não garante nem a leitura do mesmo.
Mas naquele tempo, qualquer ação desembocaria, sem sombra de dúvidas, na revolução permanente.
E tínhamos tanto tempo... Dava tempo... 200 reuniões por semana: grêmio, AMES, fórum, núcleo, comitê, zonal, plenária. E quando sobrava tempo , não sei como, mas sobrava, fazíamos clube de filme, cursos de formação, debates, festas e íamos até a sede, pra ficar por ali, ajudando.
Ter todo o tempo do mundo - é o maior presente para quem, com poucos anos, crê na mudança do mundo.
De tudo ficou muita coisa
De mais especial ficou a Val.

Na foto: Eu, Bê, Marcelinho, Carlinhos, Suzana, Valeska, Rafa, Leila...

4 comentários:

  1. ô Dinha, que foto linda, que texto lindo. Era exatamente assim. Eu já fui pra sede ajudar a Teresa a procurar nãoseioquê em uns armários. E fazíamos essas tarefas com tanta fé, que era belo. Lembro das nossas vendas de jornal em porta de fábrica, com o Leandro, e depois íamos pra escola. Da nossa viagem louca pra campanha de bancários em São Paulo, da nossa primeira colagem de cartazes na Ames. Lembra? E disso tudo, o melhor que ficou foi a Val, concordo. Ficou também nossa crença no ser humano, em que algum dia tudo vai ser melhor, mesmo que demore muitos, muitos longos anos. Te amo por tocar tão fundo.

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  2. E vocês são, sem dúvida, O MAIOR TESOURO que trago daqueles anos. E de tudo ficou muita coisa, de fato. O mais cotidiano talvez seja a forma de olhar o mundo, já que não sei fazer isso sem as ferramentas que adquiri naquele tempo (outras vieram depois). Mil beijinhos com amor.

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