eu e minha metade inteira

eu e minha metade inteira
quinta da boa vista, quase ontem

quarta-feira, 20 de julho de 2011


Gosto do tema leitura, quase tanto quanto gosto de ler. Esse gostar não se caracteriza numa curiosidade acadêmica, embora não descarte essa ideia, mas uma curiosidade que me enche de perguntas e vontade de compartilhar ideias.

Uma delas é: O que faz de um leitor, leitor? Ou mais: um leitor desesperado, como eu e como vocês, acredito eu. Não falo dos que lêem, dos que até gostam de ler, mas daqueles que necessitam de leitura tal como de ar.

Um dia, estando eu ouvindo rádio, tem uns quatro anos isso, ouvi um texto que em essência era mais ou menos o que vou escrever, embora não possa deixar de dizer que, com certeza dei a ideia original, as palavras que gostaria de ter ouvido:

“Se você lê em média 2 livros por semana, em um mês você terá lido 8 livros, em um ano 96 livros, em uma década 960 livros. Se você tiver em toda sua vida 5 décadas de leitor, terá lido cerca de 4800 livros. Muito pouco. Pensando nos 130 milhões de livros já publicados você terá lido apenas 4mil e 800. Então não perca tempo, leia um livro.”

Bem, com esse texto em mente tentei contar os livros lidos em um ano, certa que lia mais do que a média nacional, sabia também que não lia 2 livros por semana. Não deu certo, como leio, geralmente, mais de um livro por vez, me perdi na contagem.... Mas este ano, com o (des) caminho, fiz uma lista  (aí à direita) com todos os que tenho lido e os que quero ler.

Neste meio de ano (junho/julho) me vi tentada a pensar sobre isso:

Procurei no guru máximo da nossa era, Pai Google, a média de leitura nacional, todas as fontes iam no mesmo sentido, em torno de 4,7 livros por ano. A pesquisa diz ainda que entre pessoas com nível universitário a média sobe para 8,3 livros. Bem, não li este ano mais ou menos do que leio sempre, se pegar os livros deste ano como a minha média, leio cerca de 35 livros por ano.

Fui atrás da média em países com histórico de promoção e acesso à leitura, a média europeia gira em torno de 8 livros por ano.

Muitas questões apareceram para mim a partir daí, algumas vou discutir em outras postagens, mas o que grita é: O que faz de nós, leitores acima da média? O que transforma a leitura no ar e água de nossas vidas?

Ouço sempre duas desculpas esfarrapadas para quem não lê, a primeira e que considero horrorosa é: “não tenho tempo para ler”. Não posso concordar que eu (e vocês) temos tempo a mais, mas sim que, as escolhas que fazemos para organizar nosso tempo priorizam ou não a leitura. A outra é: “não gosto de ler” e apesar desta doer no meu coração, porque minha’lma de professora me culpa por cada um que diz isso, apesar de achar triste, acho essa a mais sincera (embora fique pensado nos 130 milhões de livros publicados, será que nenhum, NENHUM, agrada?)

Então vamos lá,

O que fez de você o leitor que você é?

Que características da sua vida te fizeram o leitor de hoje? Que influências você carrega?

Reflita, comente e comente o comentário alheio, te espero...

4 comentários:

  1. Eu, na minha parte fofoqueira, sempre me perguntei quantos livros você lia em média...quem espera sempre alcança e agora eu descobri. ;)
    No meu próximo post....participo dos debates que você propôs com as perguntinhas...até lá!!
    Débora Lopes

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  2. Débora querida, eu sempre coloquei aí do lado os livros lidos... nem é fofoca se eu disse sem ninguém perguntar...
    Espero suas respostas ansiosa. Beijos

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  3. Eu nunca contei os livros aqui do lado e sempre que ia te perguntar, para evitar a fadiga de ter que contar esquecia. Minhas memória me odeia!rs Sou um paradoxo ambulante(museóloga sem memória).

    Eu admiro muito leitores como você e a Raquel de português que sempre estão coladas num livro. Acho incrivelmente fantástica essa capacidade de vocês de lerem de qualquer jeito, em qualquer hora e em qualquer lugar e lastimo profundamente não poder ser assim. Aí você talvez pergunta: "Por que não pode?" (perguntar é um ato intrínseco ao jeito Amanda de ser).
    Eu não posso, porque simplesmente se eu ler dentro do ônibus, na esteira, no trem, ou de cabeça para baixo como leitores como você costumam ler, me ataca uma dor de cabeça tão forte que vou parar no hospital. E aí fico me sentindo péssima porque trabalhei em mim a vida toda o ato de ler. Deixando as crises de lado e voltando a questão principal, que na minha opinião, é a questão que você levantou antes mesmo das perguntas sobre o que nos faz leitores acima da média e começou a levantar supostas respostas de pessoas que não lêem tanto; digo que eu embora leia bastante e esteja acima da média ainda sim não partilho o mesmo sentimento, achego, ou apreço, ou carinho, ou seja, essa relação que você e outros leitores que conheço tem com a leitura. Não sei se minha infância explica isso ou se minha idade adulta explica isso, mas o fato é que não sou o tipo de leitora que lê “bula de remédio” só para ler ou só para estar lendo, sou um tipo de leitura que aprecio gêneros específicos que estão intimamente relacionados aos assuntos e temas sobre os quais tenho interesse. E as vezes nem mesmo sobre temas que tenho interesse gosto de ler por talvez não apreciar o estilo de escrita do autor. E aí se eu penso nas suas perguntas de final de post: “O que fez de você o leitor que você é?” e “Que características fez de você o leitor que é hoje?” Sempre me vem em mente minha própria imagem de quando eu tinha 6 anos e não parava de rir lendo gibi da Tuma da Mônica. Naquela época essa foi a primeira leitura que descobri e lia porque ler me divertia, era ótimo rir do modo como o Cebolinha falava. Então acho que ler pra mim começou com prazer, um prazer que depois foi sendo cobrado na escola, por exemplo, para fazer provas de língua portuguesa. Não me lembro de professoras lendo pra mim e nem de membros da minha família lendo pra mim (a leitura não era uma prática numa família onde minha avó era analfabeta e os filhos não haviam nem mesmo concluído o primeiro segmento do ensino fundamental). Se isso explica? Não sei! Só sei que ler hoje, pra mim, é uma prática; prática que desenvolvi sozinha escolhendo livros que ajudariam nesse caminho, obras que pudessem me fazer apreciar a leitura e ter prazer nela. Talvez o hábito de escolher obras específicas que contribuíssem em aumentar meu apreço pela leitura também tenha me tornado uma leitora específica demais, que não lê tudo e qualquer coisa só para estar lendo. Enfim, eu podia passar horas aqui falando sobre essas questões..mas por enquanto é isso e se eu lembrar de mais alguma coisa importante eu volto.
    Isso ta parecendo terapia..rs

    Débora Lopes

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  4. Nunca parei pra pensar quantos livros leio. Há os que sempre releio, há as leituras simultâneas, há os romances, normalmente lidos de uma "sentada" só, nos dias em que gostaria de ser uma outra pessoa e viver uma outra vida; comecei com os quadrinhos e as crônicas de Stanislaw Ponte Preta e Carlos Eduardo Novaes; leio muitos livros de magia, já li mais de política, os poemas e mitos me acompanham, sempre. O comportamento humano não para de me despertar curiosidade. Vou refletir e comentar, beijos

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