eu e minha metade inteira

eu e minha metade inteira
quinta da boa vista, quase ontem

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

enfim, 2011

Quando findava o surpreendente ano de 2010 pensei muito em fazer um balanço, achei que ele merecia. Foi muito louco, meio montanha russa, coisas boas acontecendo em meio a coisas que não esperava, nem desejava. Fiz diferentes e inúmeros textos mentais até que 2011 chegou e o balanço de 2010 caiu no poço profundo do depois. Hoje já não acho que vale a pena (ou a tecla). Passou. Pessoalmente quem esteve comigo sabe o que ele prometia e no que se transformou, profissionalmente é só ler os outros blogs, o do PEJA e o de alfabetização, e de tudo saberá. E o resto, enfim, é o resto.
Com 2011 nascendo visitei uma amada amiga, que tinha tempo não chegava tão perto e gostei das mudanças na vida que sempre quis, e no carinho eterno por mim. Depois fui visitar uma terra que sempre me encantou, nossa querida Salvador, e tive um dos momentos mais emocionantes da minha vida por lá. Agora me preparo pra começar um ano profissional que promete ser cheio de mudanças e surpresas, estou querendo que venha, com muita alegria.
Tenho umas "promessas" de início de ano a serem seguidas: comer melhor, me exercitar, comprar menos livro para poder lê-los todos, continuar escrevendo nos 3 blogs, continuar em contato com os que amo, mesmo virtualmente, não impor minha maravilhosa presença a ninguém, e isto significa deixar o outro respirar e compartilhar mais de quem gosta muito de estar comigo, aprender (só um tiquinho) inglês, aprender a dirigir, terminar mais uma pós e pensar com carinho no mestrado e outras coisas que estão amadurecendo e que em breve já estarão prontas para florir.
Enfim, chegou 2011.
Amém.

Futebol ao sol e a sombra

Amo Galeano! Galeano foi a minha primeira referência em América Latina, e posso confessar, mesmo depois de 10 anos na Faculdade de História, que continua sendo. Seu livro "as veias abertas da américa latina", me pegou primeiro pelo título, depois em cada palavra. Quando descobri que Galeano podia falar de tudo, inclusive de futebol, e mesmo assim falaria de política, comecei a comer outros de seus livros. (lista dos já lidos, mais abaixo). Este último lido, "futebol ao sol e a sombra" é simplesmente  fantástico, eu não sou uma apaixonada por futebol, faço parte da maior torcida desorganizada do mundo, meu coração é rubro negro, mas nem em época de copa eu me empolgo com futebol, curto a farra, os comes e bebes e a reunião de amigos, as pernas dos jogadores e curto gols, geralmente sem me importar se fomos nós que fizemos. Peguei o vício de ver globo esporte depois de 8 anos convivendo com um boleiro de bola cheia, mas, é só! Só que Galeano consegue subverter tudo isso, vejam:
"Embora com os mesmos direitos, nunca competem nas mesmas condições o jogador que vem da fome e o atleta bem alimentado. Mas pelo menos no futebol há alguma possibilidade de ascensão social para o menino pobre, em geral negro ou mulato, que só tem a bola como único brinquedo: a bola é a única varinha mágica em que pode acreditar." ou ainda:
"Quando um astro demora para amarrar as chuteiras, não é por inabilidade dos dedos, mas por astúcia do bolso: está exibindo a marca Adidas, Nike ou Reebock nos pés"
"Nunca o mundo foi tão desigual nas oportunidades que oferece e tão nivelador nos costumes que impõe: neste mundo de fim de século, quem não morre de fome, morre de tédio."


Galeano fala do futebol desde o início dos tempos, de cada copa e dos jogadores que fizeram história, de gols memoráveis, e em todas suas palavras, as veias latinas, continuam a sangrar.


De Galeano:
"As veias abertas da América Latina"
"Bocas do Tempo"
"Teatro do Bem e do Mal"
"De pernas pro ar"
"O livro dos abraços"
"Mulheres"

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Baianice VII – Maria quebra-sete


Maria quebra-sete ficou famosa no Pelourinho por suas confusões que sempre acabavam regadas a cacos de vidro. Me contaram que uma noite ela chegou num bar, bem louca, cismou que a cadeira que tava sentada ia quebrar, levantou e trocou a cadeira por uma de madeira, mas doida como tava, levantou a mesa junto e quebrou sete garrafas. Veio menino que fazia flor de capim ajudar, garçom, segurança do bar. Maria quebra-sete discutia com todo mundo, quando resolveu sentar, viu a polícia chegando e mais que de repente levantou pra enfrentar o guarda, mas na manguaça, caiu de xiboca pro alto. Foi embora sem nenhum arranhou, só levando consigo a sede de mais garrafa quebrada.

A história é verdadeira, como todas as histórias. Tire dela todo o álcool, troque o nome Maria por um de  verdade e terá a história tal como ela existiu, ou como foi contada

Baianice VI


Desculpem senhores passageiros por atrapalhar o silêncio de sua viagem, sou uma pobre professora carioca que teve o sonho de vir a Salvador, juntei dinheiro esperei as férias e aqui cheguei, saindo do aeroporto um agradável rapaz amarrou uma fitinha do Bonfim no meu braço, agradecida sorri e ele me pediu 2 reais, eu dei. Na praça da Sé um menino pediu ajuda de 2 reais pra comprar alguma coisa e depois vender, eu dei, no terreiro de Jesus um menino pegou minhas malas e disse que me levava até o albergue, nossa! Como minha mala estava pesada! Quando chegamos me pediu cinco reais, eu dei. Depois mais 2 pra tirar uma foto com a baiana e mais 2 pra tirar uma foto de baiana, comprei bala que não queria para ajudar um menino, mais umas cinco ou seis fitinhas a dois reais, um tantinho mais para tirar foto com o capoeirista, dei dinheiro pro menino comprar graxa pra engraxar havaiana ( todo mundo tava de havaiana) e dei dinheiro 3 noites seguidas pro menino tomar sopa, por que a três noites que não comia nada (?!) dei dinheiro pro refrigerante e acho que dei pro crack, nem sei direito. Indo pra Praia do Forte entrou um menino dizendo que precisava de dinheiro pra voltar pra Ilhéus e outro que tinha se livrado das drogas e vendia caneta (eu dei, pra compensar o dinheiro do crack) . Enfim, cheguei ao final da viajem sem dinheiro pra voltar pro Rio, tenho aqui umas fitinhas por 2 reais. Quem quer?!
A ideia é de Vera, só pus no papel (tela, sei lá!)

Baianice V – Bahia é terra de dois


Assim começa um ponto de Umbanda, acaba dizendo que Bahia é Terra de Cosme e Damião, tive as minhas dúvidas, nunca vi tanta criança entregue a própria sorte como lá. Talvez só estejam ainda vivas porque os gêmeos a protegem, pode ser.
Fomos duas vezes a Itaparica, a primeira do jeito “barato”, do jeito do morador: descemos o elevador Lacerda (0,15), pegamos o ônibus bem em frente (2,50), e o Ferry boat (5,20), quem mora e/ou trabalha lá, faz assim. Fomos a praia Pontal de Areia. Da segunda vez fomos de escuna e ficamos na praia do Mangue, linda. Mas a ideia aqui é outra:
Quando vi Salvador se afastando pela primeira vez, vindo de ferry boat, reparei que do lado direito havia muitos prédios, do lado esquerdo só havia casas baixas, casebres e barracos (depois olhem as fotos). Fiquei com aquele ponto na cabeça: cidade de dois, cidade partida. Da segunda vez, o guia da excursão confirmou minha ideia e chamou a nossa atenção justamente para esse fato.
Fiquei num albergue no Pelourinho, andar, andei por lá. De ônibus fui a alguns lugares, porque o aeroporto e rodoviária eram longe donde estávamos. Nunca vi tanto shopping, tanta construção de condomínios de luxo ou semi-luxo, nunca vi tanto pedinte, e olha que moro no subúrbio carioca e ando bastante por aí.
Me pareceu uma cidade que ou se tem muito, ou se tem quase nada. E não vi nenhum baiano preguiçoso. Todos os que vi, conversei, ouvi, ralavam e muito pra manterem-se agarrados no mediano.
Que Cosme e Damião continuem a olhar por eles, por nós.


domingo, 16 de janeiro de 2011

Baianice 4

Lá no Pelourinho, onde ficamos hospedados, existem muitos Largos, onde tem comes e bebes e apresentação de músicas e eles tem os nomes de personagens do Jorge Amado. Não é fantástico?! Ah! comprei uma cachaça com o nome do Quincas, ainda não degustei, espero os amigos!

Saramago

Meu caso de amor com esse Zé é meio complicado. Precisei descobri-lo de novo para poder lê-lo, mas as vezes ainda empaco em alguns livros; esses ficam me parecendo aquele primeiro que precisei retornar tantas vezes até pegar no tranco. Foi assim: trabalhava na Saraiva e saramago já era o bam-bam-bam, eu achei que devia lê-lo, comprei Jangada de Pedra e deixei guardado. Quando peguei não conseguia desenrolar as páginas, lia, lia, e não lia nada. Um dia indo pro trabalho de ônibus (já no ciep) acordei (porque durmo no ônibus) e deixei o livro no banco. Achei que era um recado dos deuses : esqueça esses livro! E deixei pra lá. Quando em 2005 fui trabalhar na Ricardo em Caxias, conheci a, a menina que percorre o caminho das histórias, e ela me falou, perdidamente apaixonada, de saramago. Então me emprestou o Jangada e enfim, li. Pra mim foi assim, quase como se eu estivesse lendo em outra língua, que eu precisava aprender o ritmo, a manha. Depois de uma s páginas, nem dormia, só lia. Dele já li alguns, depois coloco a lista abaixo, mas em alguns livros eu ainda empaco, aconteceu com A história do cerco de lisboa, o homem duplicado e a viajem do elefante. Desempaquei nessas férias, o homem duplicado. Simplesmente perfeito! Me deu uma agonia gostosa do tempo que lia os vampiros de Anne Rice! Perfeito!

Do saramago:

  • Jangada de Pedra
  • O Conto da Ilha Desconhecida, 
  • A Caverna,
  • Ensaio sobre a cegueira,
  • Ensaio sobre a lucidez,
  • O homem duplicado,
  • O evangelho segundo Jesus Cristo,
  • Caim,
  • O ano de 1993

sábado, 15 de janeiro de 2011

Jorge Amado

É um absurdo, mas li muito pouco de Jorge Amado. Convivi com todos seus livros durante 8 anos em minha estante e só li Quincas Berro d'água. Por que será???? Mas quando estava lá na fundação Casa de Jorge Amado, vendo tudo dele tão perto, não resisti e comprei o infantil (?) O gato malhado e a andorinha sinhá. Eu já tive este livro também, mas dei para uma criança sem ter lido. Li agora e fiquei louca, apaixonada, e este em especial é lindo, tem posfácio do João , filho do Jorge para quem o livro foi escrito, e histórias de como o livro acabou ficando 30 anos guardado em uma caixa. As ilustrações são de Caribé, perfeito.

Mas a história é triste, um amor que não acontece, ou não como gostaria, e o fim é meio Pequeno Príncipe, chorei, é claro!

Baianice 3 - Gatos baianos

Vocês não imaginam a quantidade de gatos, gatérrimos, que encontrei no Pelourinho, tinha gato preto, um monte, e gato louro também (tinha menos, mas tinha). Alguns comeram na minha mão....



Baianice 2 - bebes

cerveja lá é skin, skol até tem mas não é a predileta, provei a danada e realmente a de lá é boa.
de resto foram algumas caipirinhas, pina colada, mojito. e água, pouca.
mojito

caipirinha

as fotos são em homenagem a Ruiva e a Mari, porque sei que gostam bastante.

Baianice 1

Está confirmado, cientificamente provado, sem sombra de dúvidas ou comentários contrários:

As nuvens, são mesmo feitas de algodão

Rubem Alves

Quando peguei este livro: Cantos do Pássaro Encantado, achei por bem ficar longe dele, é um livro do amor, seu nascimento, morte e ressurreição, não sabia apropriado para um coração dilacerado. Mas, meu amor por Rubem Alves (dele já li muitos, ponho a lista abaixo) fez com que arriscasse algumas lágrimas.
Este livro cura! Cura mal de amor! É lindo, fantástico, maravilhoso.

Leiam!!!!!!!!!!!!
do rubem:
a escola que sempre sonhei sem imaginar que pudesse existir
conversas com quem gosta de ensinar
como encantar o mundo com as palavras
conversas sobre educação
Pinóquio as avessas

E chegou 2011!!!!!!!!

Queridos leitores (que chic!) vou postar baianices, balanço de 2010, promessas pra 2011 e outras coisas, tudo junto e misturado, espero que tenham paciência e vontade de ler, beijos com carinho enorme, euzinha

E que Ogum nos ajude a abrir esses novos caminhos!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Caminho

vou ficar uns dias fora.... volto dia 16 cheia de baianices! mas não podia me ausentar antes de dizer: LEIAM MIA COUTO! dele já li Terra Sonâmbula, o Gato e o Escuro e agora O Fio das Missangas. Este último tão doce que vi formiguitas enxugando os olhinhos quando acabei de ler o livro....
Até a volta!