eu e minha metade inteira

eu e minha metade inteira
quinta da boa vista, quase ontem

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

das antigas.... 2

Reticências
Escrevo como se escrevesse para alguém, alguém que não vai ler, talvez porque eu nunca conte que escrevi. Escrevo como se a história já estivesse pronta e coubesse a mim apenas transcreve-la, escrevo como se ao escrever passassem a viver, existir, como se alguém nunca pudesse conta-las, como se só tomassem forma quando ditas por mim.
Escrevo como se fosse uma carta, para alguém que não sabe ler. Ou uma carta de amor para um amor que não existe, que nunca foi sentido, que ainda não nasceu. Uma carta para contar a saudade de alguém que não vai voltar ou que pode entrar a qualquer momento pela porta e arrebatar-me com um beijo de dragão.
Escrevo como se fosse uma mensagem paranormal para aquele que precisa de conforto, para aquele que acha que não precisa mais de nada, uma mensagem terrena para os anjos que moram com o pai.
Escrevo como num panfleto de grêmio secundarista: Companheiros...Decidimos...Propomos...,  escrevo como se escrevesse num vazio, que nada diz para quem nada lê; para quem pega, amassa e pisa no que escrevo. Mas por quê alguém TEM que ler? Decidimos? Companheiros? Propomos? Nós quem?
Escrevo, mas não escrevo direito não, nas minhas gramáticas, regras ortográficas, dicionários e manuais, desconheço qualquer tipo , modo ou gênero de ponto final...
Escrevo como se sempre faltasse algo a dizer...
                                                                                         03/06/1998

das antigas....

Vermelho de sangue
            Era uma vez, há muito tempo atrás, em um lugar muito distante, um povoado de reinos que eram felizes para sempre.
             Naquele lugar muito distante e muito estranho (talvez pela distância tenha se tornado estranho ou vice-versa) toda senhora de família nobre e estruturada era rainha do território que pudesse comandar, geralmente era a idosa rainha que passava o trono para sua filha mais velha, digo geralmente, porque quando as rainhas resolviam, poderia passar o trono para uma das netas, geralmente a mais adorável. Com isso toda mulher ficava muito preocupada em ter filhas adoráveis, pois corriam o risco de perder o trono para seu próprio rebento.
            Não adiantava nenhum quebranto, durante séculos e milênios continuavam a nascer meninas belas e adoráveis, como os homens não tinham praticamente importância nenhuma nessa história, as mulheres não podiam se dar ao luxo de “liquidar com o problema” pois acabariam sem ter ninguém para passar a sua coroa.
Durante séculos tudo correu bem, as netas eram criadas longe de suas avós, uma grande e densa floresta as separavam e as mães mantinham uma lenda de um lobo muito mau que morava na floresta e impedia as meninas de irem visitar suas avós sem os olhares atentos de suas mães.
Na casa de Chapéu as coisas eram um pouco diferentes, na sua família, muito tradicional, nunca houve um caso sequer de uma neta ser coroada rainha, portanto sua mãe, um pouco descansada, deixava a Chapéu visitar a Vó de vez em quando. Ensinou-lhe um outro caminho que não era o da floresta para Chapéu ir sem medo, pois a lenda do lobo era tão real por aquelas bandas que até sua mãe acreditava nela.
Os anos passavam e Chapéu crescia, cada vez mais adorável, sua vó se apaixonava cada vez mais por ela e levando em conta seu mal estado de saúde, começava a cogitar a idéia de dar a coroa a sua querida neta.
Todos os habitantes do povoado começavam a comentar: a família mais tradicional daquelas bandas iria desmoronar perante o reina  de uma fedelhinha. Quando Dona Mãe soube chorou um dia e uma noite, logo ela, uma filha tão dedicada, não iria ser coroada rainha. O ódio começou a tomar conta daquele doce coração e as idéias macabras rodopiavam em sua cabeça e esbarravam em seus neurônios como pipas em fios de alta tensão.
Depois de tanto pranto, enxugou as lágrimas e sacudiu a cabeça para afugentar as maldades que a atormentavam, caminhou quieta até a cozinha e foi preparar uns deliciosos quitutes para a sua querida mãezinha.
Chamou Chapéu e pediu à filha para levar os docinhos para a velha rainha, já conformada, a Mãe sentia-se triste, mas um pouco orgulhosa de saber que sua pequena poderia ser a próxima a ser coroada, demonstrou seu carinho e compreensão deixando a filha visitar a sua vó querida.
A Mãe resolveu que tinha pressa em fazer os quitutes chegarem à Avó e falou para Chapéu ir pelo caminho da floresta mesmo e disse à filha que o lobo, afinal, era uma lenda para afastar as netas de suas avós e que não havia perigo não.
Chapéu, obediente, seguiu pelo caminho da floresta. Ah...Como já se sentia linda, como uma própria rainha! Sua vó já havia deixado por escrito o seu desejo em coroa-la, um segredinho das duas, só que Chapéu teria que esperar um tempo, a avozinha precisava morrer primeiro. Dedicada como ela só, Chapéu estava disposta a ajudar sua querida vó.
Ia ela pensando assim, andando, colhendo umas frutinhas e colocando na cesta, quando de repente deu de cara com o lobo!
Que bicho feio, horroroso. “Como mamãe foi capaz de me enganar?” _pensou Chapéu. “Tive a quem puxar...” Mas Chapéu com seu charminho conversou, convenceu, cativou, o lobo foi ficando manso, mole, duro e depois de tudo, acabou dormindo nos braços da Chapéu, que levantou, se vestiu e prosseguiu sua caminhada em direção a casa da vovó.
Vó adorou as frutinhas vermelhas que sua netinha colheu com tanto amor e cuidado, comeu uma a uma, sua adorável neta nem quis provar, deixando sua avozinha saborear sozinha as frutinhas que a levaram a dormir o sono eterno de um anjo. Chapéu deu meia volta e calmamente saiu pelo caminho da floresta, voltando para casa e até torcendo para reencontrar o Lobo.
Nesse ínterim, o Lobo acordou desesperado e correu, correu muito até a casa da Mãe, para contar que aquela doçura de criança na verdade era uma adolescente malditazinha que o persuadiu, que ele não conseguiu cumprir o prometido e, pelo contrário, acabou sedento nas garras dela e ...
A Mãe não podia acreditar naquilo tudo - quem mandou confiar no Lobo – um misto de ciúme e ódio, ser trocada pela filha, por conta da mãe e do seu amor!  Além do mais, matar sua cria é uma coisa, mas o que o Lobo disse que fez foi demais, ela nunca tinha tido coragem de pensar algo tão pavoroso.
Desesperada, bateu com um pau na cabeça do Lobo até mata-lo e pôs -se a correr.
Chapéu, calmamente, pulou a janela onde viu toda a cena do desespero da sua mãe, se desgrenhou e adentrou pela casa gritando e chorando acusando a Mãe de ter um caso com o Lobo e por sua avó ter descoberto, a Mãe a envenenou, usando Chapéu como arma. Ela voltando da casa da vó viu uma cena de pavor tão grande para seus olhos de menina que paralisou. Sua mãe querendo acabar com aquilo teria tentado mata-la e até o desumano Lobo se solidarizou e pôs-se entre o pau e a menina, levando a paulada fatal.
O amigo caçador, que havia chegado a casa a pouco atrás das pegadas do Lobo, após ouvir sua convincente história, tratou de achar a maldosa mãe e após caçar a fugitiva, Chapéu, já rainha e dona da coroa, condenou-a a masmorra para todo o sempre.
Agora são os gritos estridentes e horrendos da Mãe que assustam as netinhas na floresta.
Afinal, alguém tinha que substituir o Lobo.

                                                                                                11/06/98






Professores!

Quem for professor tem obrigação de visitar, seguir e divulgar o outro blog:


www.leituradomundoedapalavra.blogspot.com


e quem for meu amigo tem obrigação dupla!!!!!!!!!!!!!!!
Natal 2010

coloquei as duas para a menina doce feito mel não falar que eu não rio em fotos! 

lendo Mia Couto.

Fio das Missangas, lindo, recomendo e tenho no computador, quem quiser pede que mando.

mas não consigo ler na tela e nem impresso, parece que estou traindo o livro, que tanto amo, então fui na Saraiva e comprei o objeto livro.

Podem me chamar de doida, não ligo!

Por Nárnia!

Bem, amo filmes de guerra! Pode parecer doido dizer isso assim, falando de Nárnia, mas eu adoro magia misturada com guerra: ter um motivo pra viver e morrer. Por Nárnia, por Aslam e se jogar mar adentro! Adoro cenas de luta em campo aberto, aquele som de nada apenas a certeza que vale a pena.
Não se assustem meus fieis 5 leitores, sou filha de Ogum, nasci sob o signo de Áries, Deus da guerra e trago ela em meu nome. É esperado que campo de batalha me fascine!

O Peregrino da Alvorada é lindo, até porque se passa quase todo no mar (outra paixão) e como vi em 3D parecia que eu esatva ali, dentro do mar.

Aslam perfeito, como sempre, o tipo de Deus criador que eu acredito! e o que era o dragão? perfeito!
Muito tempo sem escrever, mas não é falta do que dizer, pelo contrário! Fim de ano é meio doido... ele tem 365 dias pra passar e quando chega ao fim parece que podia ter mais um tiquinho pra dar tempo.... o engraçado é que continua igual no ano que vem, essa fatia de esperança renovada que chamamos de ano novo.

Fim de ano é tempo de balanço, mas não vou escrever sobre isso agora, fiz pouco o que havia me prometido em 2010 e o ano termina de uma maneira muiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiito diferente do que imaginei, em janeiro estava me preparando para ser mãe, sem p[ílula, tomando ácido fólico, enfim, termino o ano sem marido! Putz que parola!

Mas não posso reclamar do ano que se vai, fiz amigos, em especial uma doce como mel, estive perto dos antigos e tive a certeza que sem eles eu não sou ninguém! Vi uma grande e amada amiga perseguir a vida que sempre quis e consegui-la passo a passo, porque seu olhos, sua ternura e tranquilidade já denotam sua mudança. E decidi que não vou mais impor minha maravilhosa presença aqueles que não a desejem, embora esteja sofrendo de saudades (e não estou falando do Zé, embora também tenha saudades).

Poderia dizer que pro próximo ano desejo emagrecer, mas seria falso porque quem desja faz por onde e estou longe disso.... Então digo que quero fazer exercício físico de janeiro (depois da Bahia) até dezembro. E que vou tentar me alimentar melhor (depois da Bahia, porque vou me jogar no acarajé!) Quero tentar aprender a língua do inimigo e vou levar a sério isso, mas depois da Bahia, porque lé quero falar baianês, e quero também aprender da dirigir, mas só quando voltar da Bahia. Bem acho que vou prometer, prometer qualquer coisa qundo voltar da Bahia!

Então, quando voltar venho ao blog, faço um balanço sério de 2010 e as promessas para 2011.

Combinado?

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

um pouco do desafio deste ano e a concretização dele








Estando no fim do ano, e também no fim do livro, começamos o momento de avaliação final, refletindo em torno desta turma, dos objetivos iniciais, das vitórias, dos entraves. Dos 23 alunos (no início do ano eram 25 mas dois foram transferidos por motivo de mudança residencial) dois alunos apresentaram um número de faltas que excede e muito o aceitavam por lei (LDBEN 9394/96), infelizmente nossos esforços em comprometer a família com a parte que lhe cabe, não surtiu o efeito necessário.
Todos os alunos terminam este ano (e o livro) com uma história pra contar, uma história com a leitura e escrita feita com muitas dificuldades, é verdade, mas também com surpresas, descobertas e alegrias. Adriano um dia me falou, cheio de orgulho: “Eu sei ler!”, e acrescentou: “Mas minha mãe não acredita.” Adriano, nem você acreditava a tão pouco tempo.... No início do ano a palavra que mais ouvia era não, hoje tem até briga para ler primeiro.
Tive o prazer de ouvir uma mãe dizer: “Eu sei exatamente qual a atividade que fez meu filho ler, foi aquela, tia Amanda de colocar no lugar as palavras da música ‘Na base do beijo’. Essa mãe me deu um presente que não esperava receber, a certeza que dá certo e que os responsáveis compreendem o que às vezes nossos colegas não. Isso dá ou não dá um livro?
Sim, tivemos entraves, e tristezas. Embora acredite que é possível, e apesar de todo o avanço de todos os alunos, alguns encontram-se hoje (15/11/2010) sem a autonomia na leitura e complexidade na escrita necessárias para a sua aprovação para o 4º ano de escolaridade.
Mas o que conseguimos com este projeto, construir com o livro a valorização de sua capacidade de aprender, espero que nada e nem ninguém, consiga tirar destes alunos.

Sobre Nárnia:


Não vi ainda o seu 3º filme, e vou tentar resistir a tentação de reler a Crônica antes de vê-lo para não acabar comparando como fiz com Potter 7.1. Mas não me furtarei o prazer de dar pitaco, aqui e no caderninho da mana.
“As Crônicas de Nárnia” reúnem 7 crônicas, que já foram publicadas em separado e, na versão mais atual (pelo menos em terras tupiniquins), encontram-se em um Volume único de belíssima capa com Aslam nos saudando. Para virar filme escolheram as crônicas que falam dos 4 reis: Pedro, Suzana, Lúcio e Edmundo. Mas Nárnia surge antes deles e a crônica que conta seu nascimento (quando Aslam cria Nárnia através do seu canto) é tão bonita quanto a crônica que conta sua destruição.
No filme que está em cartaz, dois dos irmãos voltam a Nárnia, pois reis e rainhas de Nárnia sempre serão reis e rainhas em Nárnia e voltarão sempre que Nárnia precisar. Mas como um tempo de fantasia, apenas as crianças retornam (embora, na última crônica, Pedro volte também).
É claro que vocês sabem que C.S. Lewis (autor de Nárnia) era amigo de Tolkien (Senhor dos Anéis). A mesma atmosfera circunda as duas terras, embora elementos diferentes passeiem por elas, podemos ver seres mitológicos, magia profunda, encantamentos. Bebem de uma fonte que J.K. Rowling bebe mais tarde quando cria Harry Potter. Magia e encantamento não tem idade, feliz das crianças que podem passear por essas terras a vontade!
No fim do livro há um ensaio do autor intitulado “Três maneiras de escrever para crianças”, em um trecho:
“A terceira maneira, a única que sou capaz de usar, consiste em escrever uma história para crianças porque é a melhor forma artística de expressar algo que você quer dizer.”
Como acredito nisso! Ganhei este livro de minha mãe em 2007, engoli suas 751 páginas em 3 dias. Sugiro que façam o mesmo.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Meu lado A, meu lado B


Todo mundo tem seu lado A e lado B, confesso que meu lado B tem muitas e muitas músicas bem interessantes.... No campo literário, meu lado A fica por conta de Zé Saramago, Gabriel Garcia Marques, Ferreira Gullar. Meu lado B, Anne Rice, Dan Brown, Harry Potter.
No meu afã potteriano fiquei tão angustiada de ainda não ter podido ver o filme “Relíquias da Morte” que resolvi reler o último livro. Me arrependi! Ontem vi o filme e ter o livro assim, tão fresco na memória, me fez comparar os dois muito intensamente, coisa que não gosto.
Entendo livro e filme como obras realmente diferentes e, geralmente, respeito as escolhas do diretor, mas, e o filme é ótimo pra que ninguém duvide, ficou a sensação de que muitas coisas deixaram de ser ditas.
O Monstro perdeu parte de sua importância e não foi retratada a sua mudança com a atitude de Potter junto a ele, o retrato de Fineus Nigelus que terá um papel importantíssimo na 2ª parte, não apareceu. Na casa dos Lovegood não foi retratada a singela homenagem de Luna aos seus amigos no teto do quarto e nem o Chifre de Erumpente que é realmente o que explode a casa, já que nenhum Comensal da Morte tinha ordens de matar Potter, o que fica claro desde a 1ª cena na Casa dos Malfoy quando Belatriz se voluntariza a matá-lo e Voldemort nega. A capa da invisibilidade que no livro é utilizada o tempo inteiro (afinal os três, Potter, Rony e Hermione estão em fuga!) não aparece no filme, e é uma das Relíquias da Morte, a que passou para Harry por herança. Desde a cena em que Potter tira a varinha do Draco, ele já possui as três relíquias, ele não sabe, mas poderiam ter dado mais importância para a capa. Não há a cena do aniversário de Potter, é uma pena, porque o presente que ganhou do Hagrid perdeu a importância no filme e será onde guardará seus “teseuros”, o caco de espelho de Sirius, sua varinha quebrada, o Pomo de Ouro e a carta de Lilian que no filme não aparece. Em relação ao casamento , não dá para entender porque Potter apareceria sem disfarce, ele estava escondido, e em uma festa, como explica Fleur no livro, depois de algumas cervejas amanteigadas, os convidados poderiam soltar a língua... Nada ainda foi dito em relação a Ariana, irmã de Dumbledore que explicará porque Alvo usou a Pedra da Ressurreição (a 2ª relíquia) e assim decretou sua morte, resultando no acordo que fez com Snape para salvar a alma de Draco e acabar com o encanto da Varinha das Varinhas. O beijo de Gina ficou perdido no filme, e não mostraram o Vampiro que substituiria Rony em casa, afinal, se todos soubessem que Rony estava com Harry, sua família seria caçada, assim como a discussão entre Lupin e Harry que mostra bastante os seus medos entorno do fato de ser Lobisomen. Não mostra também a preparação da ida ao Ministério e Harry parece não se incomodar em ver o Olho Tonto de Moddy cravado na porta da megera, o que na verdade os denunciam, quando Harry retira-o. O Observatório Potter ainda não apareceu como devia, com os 3 reconhecendo as vozes dos amigos. E uma das cenas mais bonitas, quando o Duda se emociona na despedida com Potter também foi deixada de lado. Em Godric’s Hollon um dos momentos mais emocionantes quando ele e Hermione vêem a placa em frente a sua casa e os recados de apoio a ele, não foi mostrada, assim como a estátua em homenagem a sua família no meio da praça principal, visível apenas aos bruxos. Harry parece não se espantar quando Hermione diz que Godric’s é a cidade de Grifindor, quando sabemos que isso foi uma surpresa para ele. O conflito que ele fica em torno da idoneidade de Dumbledore é minimizado, e no livro, é o que dá o ritmo para suas decisões. Enfim, o filme é ágil, forte, deixou os principais personagens em sua essência aparecerem e desenvolverem, mas deixou momentos delicados e emocionantes de lado. Para os fãs dos filmes, perfeito. Para os fãs dos livros.... Deixou a desejar.
Pontos positivos: a cena em que Rony destrói a Horcrux do medalhão, quando Potter e Hermione aparecem, fantástico! Ela está linda, mulherão e sensual, cruel, uma deusa! E foi uma sacada fantástica fazer sair do medalhão as aranhas, já que Rony tem aracnofobia. Outra cena magnífica é o conto dos 3 irmãos ser contado através de uma linda animação.
Quero fazer o intensivão Harry Potter, assistir os 6 filmes e depois o 7º de novo.
Espero a companhia das pottermaníacas.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

vou virar mula sem cabeça

Estou apaixonada, perdidamente apaixonada, por um padre!
Vocês, meus fiéis 3 leitores, sabem da minha aversão pela Santa Igreja.
Aprendi desde cedo a relacionar à ela tudo de ruim que havia no mundo: ditadura militar, escravidão, genocídio étnico.
Só consegui olhar de outra maneira quando no IFCS eu estudei (viu, eu estudava lá, viu) sobre a Teologia da Libertação e depois os movimentos estudantis da Ação Popular, JUC (Juventude Universitária Católica) e JEC.
Sempre olhei com bons olhos os frades que lutaram ombro a ombro com nossos irmãos revolucionários, contra a ditadura, porque eles também sonhavam com a revolução e viam em Cristo um caminho.
Noutro dia passei na Livraria Itatiaia e comprei um livro que me chamou: Alfabetto. É a história estudantil do Frei Betto.
Este livro é mais que importante, é necessário.
Para todos que sonham com a revolução (ou já sonharam), para todos que alfabetizam, para todos que contestam a escola tão como é, para todos (que como eu) desconfia da fé católica.


Acabei o livro transbordada em lágrimas e com um profundo e desmedido amor pelo Frei Betto

Não comemoro datas comemorativas


Acho a formação inicial dos professores, ao que tange questões pedagógicas, muito ruim mas, no que diz respeito as questões sociais e políticas é simplesmente inexistente. Se bem que nenhum dos três aspectos pode existir sozinho, como já nos ensinou Freire. Refletir sobre a prática pedagógica é uma reflexão política – não pode ser de outra maneira.
Hoje não comemoro datas comemorativas. Nunca gostei de fantasiar criança, embora ame carnaval, de cada coisa comemorada. Até porque, cada fantasia é um estereótipo que nunca corresponde a realidade, e por isso mesmo, não carece de reflexão.
Algumas datas são momentos de conquista histórica de grupos sociais marginalizados politicamente que, ao exigirem visibilidade, a duras penas marcam sua luta por direitos em um dia de manifestação política. Foi assim com o dia internacional da mulheres, o dia do trabalho, dia da consciência negra.
E o que a escola faz? Cumpre o seu papel histórica, ser a mantenedora do status quo: Esvazia de sentido a data e reforça preconceitos.
Não importa se o dia foi marcado por uma fato real ou construído, o que importa é justamente a escolha que marca a gênese do movimento, quase u mito de origem que significa e dá significado ao próprio manifesto. É o caso do 8 de março, destruído nas escolas por uma bolsa com batom, dobradura de tulipa colado na lixa de unha.
O dia do trabalho já foi destruído pela própria central sindical que distribui eletro domésticos que o salário indigno do trabalhador não consegue comprar. E na escola vendemos o sonho do “Estude, trabalhe e vença” há muito esgotado na prateleira do capitalismo
E começa a ser assim no dia da consciência negra.
Parece que negro só existe na escola em novembro, e de tão exótico, desenhamos, pintamos e colocamos o negro na parede. Parece que negro não são muitos. Parece até que não somos nós.
Nenhuma criança nasce preconceituosa e intolerante, aprende conosco.


Notícias de uma guerra particular

Complexo. Muito complexo. Crianças e jovens “quase todos negros” sem sonhos e perspectivas. Ou sem perspectivas, sonhos são muitos. Mas sem o direito de acreditar neles.
Alemão e Penha, complexo. Vielas, becos, iluminação a gato, casas grandes, barracos, alvenaria, bens.
Necessidades inventadas pra um consumo desmedido. Necessidades reais negadas dia após noite.
Sonhos costurados bordados desfeitos.
Dei aula pra muitos meninos-alunos tinham sonhos. Muitos deixaram de ter, nenhum deles sonhava em ser bandido. Até aqueles que sonhavam com isso, sonhavam na verdade com um mundo negado, o qual viam que o herói-bandido daria conta. Não dá, não deu.
“De que adianta 13 de maio e 20 de novembro se nossos negrinhos continuam correndo do capitão do mato.” Disse uma amiga.
Nossos moleques negros continuam presos num rodamoinho de impossibilidades. Não nasceram marginais, mas nasceram à margem. E, apesar do que sonhamos pra eles, continuam nela.