eu e minha metade inteira

eu e minha metade inteira
quinta da boa vista, quase ontem

sábado, 20 de novembro de 2010

(...)


A Bê me perguntou porque eu fiquei dois dias sem colocar nada no blog!
Como me torno responsável pelo que cativo, vão aí mais textos, minha fiel leitora!

Quase dezembro


Vi um menino bem pequetitoco, chorando hoje na rua. Seu pai levava seu irmão no colo e ele ia, meio que arrastado, falando em sua fala miúda e chorosa, uma palavra que compreendi a muito custo. FERIADO.
Seu pai respondia que não era feriado nada, e arrematava: “vambora!”
Oh! Deus! Por que o mês de dezembro inteiro não é feriado?
Existem pessoas (?) que contestam as férias escolares serem tão longas (emendando janeiro com o recesso de dezembro e uma semana em julho).
Quem contesta nunca pisou numa sala de aula.
Não sabe, de jeito nenhum, o que é conviver, durante 200 dias com ideias, sonhos, esperanças, desesperanças, tormentos e angústias de outras 25 pessoas, ou mais, muito mais.
Não entende que são 200 textos lidos, 200 oportunidades de escrita, 200 tentativas de leitura, 200 momentos de reflexão, fora todo o resto.
Foram 200 merendas, 200 recreios e brincadeiras, 200 entradas e saídas, 200 X 200 preocupações, alegrias, choros e risos.
200 esperanças renovadas, e 200 baldes de água fria.
Chega dezembro  e minha mente está assim, meio que vazia, de tantos 200.
Dá pra ouvir grilos. E nenhum deles é falante.

Limão


Fomos passar dias no sítio de um tio. Nós, crianças citadinas urbanísticas suburbanas, víamos lá um mundo de possibilidades.
Tudo foi muito bom: brincar de linguiça na rede, correr de cachorro, descobrir caminho de formiga no mato.
Tudo delícia, mas o que mais marcou foi o limão.
Fizemos amizade com o filho do caseiro e perguntamos como sabíamos que o limão estava bom para ser colhido. E o danado respondeu que era fácil, era só puxar, se saísse estava bom.
Bem, no final de uma tarde, tínhamos arrancado todos os limões do limonzal.
Quando chegamos na casa do sítio, o menino tinha escapulido e nosso tio nem acreditou no tudo de limão que havíamos pego.
Resolver foi fácil, nos obrigou  a fazer limonada de todo aquele limão e tomar limonada em todas as refeições.
Já tomou limonada de limão verde? Não adoça. Nem com reza braba.
Temos aftas até hoje só de lembrar de limão.
É a lembrança azeda mais doce que tenho.

Gato ladrão


Gato criado em casa de pobre é uma tristeza! Aprende mais que cedo a ser um gato ladrão.
Os nossos roubavam de tudo, mas educados na moral da família, preferem roubar na casa alheia. Apareciam lá em casa com: linguiça de paio que estava na pia do vizinho, passarinho roubado de gaiola e até arrastando um temperado peru de natal.
É a lei da sobrevivência!

Fruta no pé


De fruta no pé já comi manga, goiaba, amora, jambo e acerola.
Nada me lembra mais infância do que a carambola.
Era em Magé, subíamos na laje, pela grade da janela da sala, e ali, sentadas, tínhamos todas as carambolas à mão.
Mas comer fruta no pé sem lavar? Jamais! Levantávamos a tampa da caixa d’água, lavávamos e comíamos. Deixando a fruta limpa e a água que mais tarde beberíamos, suja.
Na nossa cabeça, eu juro, fazia sentido.

Duas coisas que descobri sobre ônibus, uma delas assustadora.


Quando era criança, e até a algum tempo atrás, não entendia porque que tinha banco mais alto que o outro no ônibus, achava que era só pra criança ficar feliz. Um dia, olhando de fora entendi que era por causa da roda. Eu entendi, mas me desencantei. As vezes olhando de fora a gente vê melhor, mas corremos o risco de acabar em desencanto.
Minha mãe tinha um acordo comigo e minha irmã. Naquele tempo as crianças entravam pela frente do ônibus para não pagar passagem, e as mães pela roleta atrás. As crianças (pelo menos eu) tinham medo de que o ônibus partisse sem que as mães entrassem. Então a minha me tranqüilizava dizendo que, caso isso acontecesse, bastava ir até o ponto final e esperá-la lá.
Só que um dia (tem sempre um dia) eu li na placa – ônibus circular – e perguntei pra mãe o que era. Ela explicou que era um ônibus que não tinha ponto final. Não convencida ainda indaguei – como assim? Ele faz o trajeto direto, sem parar.
Pronto, meu desespero mudo (porque não queria espantar nem minha mãe, nem minha irmã) se instalou. Imaginei um dia que a minha mãe não conseguisse subir no ônibus e eu ficaria rodando com ele até a gasolina acabar, até eu enlouquecer ou até minha mãe desespera me encontrar.
Que medo!!!!

Como o quintal de casa


Noutro dia fui com meus alunos à Biblioteca do município. Eles disseram que nunca haviam estado em um lugar tão bonito.
Alguns nunca tinham andado de elevador e tiveram medo, um medo infundado, por que o medo não era do elevador e sim do desconhecido que ele encerrava.
Minha irmã tinha medo de escada rolante, a Li ainda tem. O medo da minha irmã é bem fundado, vem de um filme terrível que as mães permitem que as crianças vejam porque travestido de desenho animado. Conta a história de uma pantera, de cor rosa, que passeia no shopping (já pensou?!) e quando ela usa a escada rolante, esquece de pular dela quando chega no topo e é enroscada pela escada e sai lisa, igual um papel, do lado de baixo da escada.
Eu também não gosto de elevador, mas não tenho medo dele, tenho medo de ficar presa nele. Geralmente uso só para elevar, para descer vou de escada mesmo.
Quando estudava no IFCS (embora não tenha quase lembrança de estuda lá, lembro do Mil tocando violão, das reuniões e discussões no Centro Acadêmico, lembro das inúmeras e etílicas festas, de todos os cafés, lembro de um vinho da discórdia trancado no armário, lembro de pessoas (?) jogando RPG, lembro do amor e de beijos e amassos, mas de estudar, lembro pouco) bem, lá no IFCS o elevador ficava longos segundos entre um andar e outro, então eu is mesmo era de escada.
Só que um dia eu caí da escada, cair de escada é igual tomar caixote na praia só que sem água e com bastante dor, desde esse dia passei a andar de elevador pra subir,  pra descer só no IFCS.
Meus alunos andaram de elevador comigo pela primeira vez, foi bom ver a cara deles de primeira vez.
Disseram que a biblioteca era o lugar mais bonito que já foram. Lá é bonito, o projeto arquitetônico é do Oscar e lá mora livros, e mora a moça que Lê o que já faz o lugar magicamente lindo.
Eu nunca gostei de biblioteca, como diz Chico “esse silêncio todo me atordoa”, mas nessa que os alunos foram, pode falar e ouvir, andar, deitar e mexer. Mas eu não queria que lá fosse o lugar mais bonito que eles já tinham visto. Eu queria que fosse igual ao quintal de casa, de tão perto, tão íntimo e tão cheio de possibilidades.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Brincar de medo


Primeiro reúna seus primos e irmãos. Brincar de medo sozinha é ruim, dá medo! Depois vá para o quarto de seus pais, deite todo mundo na cama de casal e cubra todo mundo com um cobertor bem grosso que não deixe a luz passar. Vá sentindo o medo, até que seja tão grande que alguém saia debaixo das cobertas correndo. Ai que medo!
Se você tiver uma mãe que jogue coisas pela janela, que maravilha! Mais medo ainda! Um dia estávamos brincando de medo e minha mãe ia pelo quintal e batia no vidro da janela. Quando procurávamos a casa estava toda normal, repetiu isso umas duas vezes, na terceira me enchi de coragem e abri a janela. Minha mãe caiu da escada! Tadinha! Não sabia que para nós, filhas de uma corajosa, o medo era só brincadeira de criança!

Casa verde


Foi um dos piores filmes que já vimos, acho que pior foi dos palhaços assassinos! Mas a casa verde era terrível. Um dia uma família acorda e tenta sair de casa para trabalhar, estudar, enfim, viver. Descobre que estão presos dentro de casa, nem portas, nem janelas abrem. Então tentam resolver a questão e acabam descobrindo que tudo na casa, inclusive eles, tem uma marca. De repente esquenta e começa a sair da lareira uma gosma verde... 

Cães


Já vim aqui falar de gatos, mas devo voltar e falar mais. Venho outro depois pra falar de papagaio que morreu atropelado, tartaruga que fugiu correndo e de peixe que se suicidou. Mas hoje vou falar de cães. Não o cão Bob, amigo da gata, amigo quase irmão. Venho um dia pra falar só dele e muitos outros para falar dele também, mas hoje são outros cães.
Quando comecei a trabalhar de noite, no primeiro dia, tinha um cão grande na porta do trabalho que me acompanhou até em casa. Nunca mais vi esse cão. Hoje quando estava indo pro trabalho, um outro cão me encontrou na porta de casa e me acompanhou até o ponto e esperou o ônibus chegar, ele já fez isso outra vez. De alguma maneira eu sei que estou protegida. De todo mal, para todo o sempre. Amém.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Gatos da minha vida


Minha irmã já falou de gatos, se quiser ver como pra ela ficou, vá ler suas crônicas conquistadas ao contrário. Aqui falarei dos miados que enchem minha vida.
Nunca fomos criadas para ter medo. O medo, assim como o nojo, e o preconceito, são ensinados pela sociedade. Na nossa micro – sociedade, a da nossa família primeira, ninguém disse que criança deveria ter medo. Então não tínhamos.
Aliás me veio à memória a nossa brincadeira predileta: brincar de medo, o medo existia para nós no campo das delícias, vejam só! Um dia venho aqui e ensino vocês a brincarem de medo.
Não tínhamos medo de animais: brincávamos com cachorro na rua, tínhamos lagartixas (Hemengarda e Filomena) de estimação; Tínhamos uma aranha (Rosali) também de estimação, fora papagaio, cachorro, tartaruga (que fugiu correndo!). Me impressiona hoje, uma casa que comida em abundância, era escassa, ter tantos bichos pra alimentar.Mas minha mãe tinha medo de gato.
Nosso avô matava gato para comer. Não torçam o nariz, ninguém aqui come galinha, boi ou peixe vivo, tem que matar ué! E também não me venham dizer que o boi foi feito pra morrer, mentira, verdade. Todos nós, pensando no objetivo final da vida, fomos feitos pra morrer.
Eu já comi coelho, e é gostoso. Dizem que gato é parecido com coelho, eu não acredito.
A verdade é que minha mãe era assombrada pelos miados dos coelhos mortos de sua infância. Mas, eis que um dia (sempre tem um dia) que a Mel chegou em nossas vidas, morava no bar do Severino e tinha esse nome porque seu miado era assim, mel, embora gato nenhum mie miau. (o Frodo mia Mriuu)
Queríamos a gata, meu pai trouxe, minha mãe tinha medo que miasse, mas para felicidade de todos, ela não miava miau e sim mel, e então ficou.
Mel teve muitos filhos e mesmo castrada ia procurar gatos pelos telhados da vida, era a melhor amiga do Bob (um cachorro).
Gatos, tivemos muitos: grandes, pequenos, sujos, limpos, doentes, saudáveis, bonitos e feios. Foram embora de diferentes maneiras que a bê já contou (vá logo ler as suas conquistas ao revés).
Hoje os quatro da família primeira, moram em casas diferentes, em cada uma tem gato. Na da bê não tem gato físico, porque a Morgana não conseguiu renovar seu visto de espanhola, mas tem gato em sentimento e em visita, porque a Morgana, sendo bruxa, visita a bê em noites de lua cheia, pode confirmar com ela (com a bê, não com a Morgana, a não ser que você entenda o que ela diz).
Hoje tenho três: Frodo Bolseiro, o primeiro gato transex do mundo (embora seu médico diga que existam muitos, eu nunca vi), Frida Khalo, que nasceu do toco de uma árvore, e Nedjem, o gato preto que mora no meu ombro e vai comigo para onde quer que eu vá.

Memórias

Em tempo recente ouvi Bartolomeu, o de Queiróz, dizer que a memória é a primeira fantasia que carregamos, porque ela encerra tudo o que aconteceu mais, e principalmente, o que não aconteceu, o que poderia ter acontecido, o que gostaríamos que houvesse sido. Adorei essa ideia e fiquei com a sensação de que ela já morava em mim vinda de outro texto, de outro instante, de outra memória.
Noutro dia, caçando livro em uma livraria, pesquei um livro do Frei Betto que se chama “Alfabetto” suas lembranças dos tempos de escola. Quando abri o livro, nos dando as boas-vindas, tinha a Emília, dizendo que em suas memórias contaria suas filmagens na Paramount, e questionada por Dona Benta ela nos diz que em suas memórias estará o que aconteceu e o que deveria ter acontecido. Lembrei que foi dali que encontrei primeiro o que reencontrei na fala do Bartô.
Falando isso, quero dizer que qualquer memória é fantasia e vista de um ponto. Tem coisa que escrevo e me pergunto se foi mesmo assim, mas não importa porque foi assim que ficou em mim e assim que consegue sair. Se Bê ou Alê forem escrever os mesmos anos diminutos, com certeza terão outras cores. Mas este é o quadro que pinto, não só o que quero pintar, mas o único que saberia pintar.
E você, pinta como eu pinto?

“A escola que sempre sonhei, sem imaginar que pudesse existir”

De novo alguém já disse o que eu queria ter dito. Só posso agora dar o crédito a Ruben Alves.
Vendo aquela escola nascer e partilhando, de certa forma, desse parto, me encho de expectativas, sonhos, esperanças, e orgulho, muito orgulho!

Santa Cruz

Esperávamos chover, tinha que ter chovido, e aí pegávamos ervas para fazer chá: cidreira, capim – limão. A erva era a mesma com chuva ou não, mas com chuva nossos pés se afundavam na lama e não tinha coisa mais delícia que essa.
Quando sol, corríamos ou pulávamos elástico. Quando rua, brincávamos na reta do Guandu de parir Macunaíma (seja isso lá o que for).
Salvávamos bode de morrer de fome antes de morrer de corte.
Subíamos na laje da Gláucia.
Comíamos aipim do japonês e nos olhávamos no espelho pequetito que vinha de lá imaginando um palácio nipon.
Enfim, éramos crianças.

Vida provisória e em suspenso

Quando ouvi esse termo; utilizado inicialmente para definir tuberculosos internados em sanatórios e sobreviventes de campos de concentração e hoje utilizado para definir a juventude; quando ouvi esse termo pensei que ele definia tão bem minha vida há pouco tempo.
A sensação era do coiote perseguindo o papa-léguas. Naqueles segundos que ele não cai, mas está com as perninhas (ou patinhas?) sem apoio, e olha pra gente com aquela cara de “vou cair”.
Por incrível que pareça, não caí no abismo profundo.
Mas ainda me sinto andando na corda bamba.

domingo, 14 de novembro de 2010

Minha infância foi toda dos meninos....

Menino Maluquinho, Menino do Dedo Verde, Menino no Espelho, Peter Pan e os meninos perdidos, O Pequeno Príncipe.
Nunca gostei de meninas.

Entre urnas e sonhos


Não tenho esperança na democracia burguesa. A Convergência, que me deu tantos sonhos, me tirou este.
Quando pequetitota, votei com sonhos, muitas vezes no Brizola. Meus pais levavam a gente para votar com eles. Ainda em papel.
Desde os 16 que só voto contra burguês, ou nulo.
Mas no domingo de 2010, sabia que haveria tanta esperança no ar que resolvi me dar também uma emoção, um sonho: transferi o título para a 1ª escola pública que estudei.
Minha sensação, a escola encolheu.
A Escola Municipal Ariosto Espinheira era enorme, do tamanho dos meus sonhos. Nela cabia Peter Pan e toda a Terra do Nunca. Nela cabia eu, minha mãe, minha irmã, meu primo e meu cachorro.
Nela cabia o almoço e a esperança da janta.
Nela cabia as brincadeiras de roda, pique esconde, loura do banheiro, diretora com quatro peitos, disputa de quem come mais banana.
Nela cabia os amigos, os medos, as brigas, as alegrias, o Hino Nacional e o Pelotão da Bandeira. Ilha Perdida, Escaravelho do Diabo, Veleiro de Cristal
Ela era ENORME! Me perdia no corredor e na Biblioteca, corria até cansar no pátio. Bê, pra subir no palco não precisava de uma escada? Ele não era enorme? Quem sentava no fundo da sala, não era lá no fundo mesmo?
Pois então, ela diminuiu.
Ou meus sonhos aumentaram?

Primo irmão


Já começo pedindo desculpas aos outros primos. Os amo também.
Passei momentos de feliz infância ao lado deles.
Não dá pra pensar em fruta no pé sem uns. Não dá pra pensar adolescência sem outras, em Natal sem outros. Mas primo-irmão são três: Anderson – Rodolfinho – Alessandra.
O Anderson é mais velho que eu 8 anos, a Alessandra 2 e o Rodolfinho (eu juro que ele cresceu mais do que o inho que teimo em usar) mais novo 5 anos.
O Anderson devia nos achar umas chatas atrás dele. Mas nunca nos deixou perceber, pelo contrário, fazia tudo que queríamos.
Num dia queríamos fazer comidinhas de amêndoas, mas não podia ser do chão, tinha que ser a do galho e tinha que ser a do galho mais alto. Ele subiu e caiu. Ficou feito morto no chão. Só não quebrou nenhum osso porque ele era o Huck.
Alessandra era tão próxima, tão unida, que ás vezes não sabia se tinha diferença entre nós três (eu, bê e ela). Eu tinha muito ciúme delas. Minha irmã a queria (e quer) tão bem, que parecia quase uma necessidade física tê-la por perto. Mas sempre a amei demais e ela nunca disse não para nenhuma de nossas doideiras infantis. Foram inúmeras.
Rodolfinho nasceu eu tinha 5 anos. Era nosso brinquedo predileto. Fazíamos cada maldade, que se ele deixar, um dia eu conto. Eu levava ele a praia para soltar pipa. Rodolfinho nem sabe, mas foi meu primeiro projeto de responsabilidade.
Hoje Anderson é o pai de 4 filhos lindos. Alsessandra é mãe de 3 maravilhas. Se seus filhos soubessem a metade do que aprontaram...
Rodolfinho ainda não é pai. Contrariando todas as expectativas ele é hoje multi-colorido.

Para as férias de janeiro:


Ria alto. Leia um livro. Pise descalço na grama molhada. Jogue pique bandeira. Beba cerveja, suco ou água. Tome banho de chuva. Tome banho de sol. Use protetor. Tome caixote na praia. Chore se der vontade. Fique perto de quem ama. Ame quem esteja por perto. Dê um abraço apertado. Um beijo demorado. Veja ao menos um por-do-sol. Durma depois da meia noite. Acorde depois do meio dia. Saia sem hora pra voltar. Fique, sem horário pra sair. Veja os amigos que você não viu no último ano. Como coisas gostosas. Faça novos amigos. Vá ao cinema. Veja sessão da tarde. Mexa o esqueleto. Serene sua alma. Saiba dizer sim. Aprenda a dizer não! Mude a cor do cabelo. Faça uma tatuagem. Cultive um novo hábito. Jogue fora um mau hábito. Volte com sorriso e coração abertos para 2011.
(texto ligeiramente modificado. Inicialmente entregue para os pejeiros do Gregório em fins de 2009.)

Assembleia 10


Da janela eu vejo crianças. Não dá pra ver quantas são. Elas correm entre roupas no varal, numa velocidade que não dá pra saber se são três ou se são mil. Tem uma menina com ouro no cabelo, pequena. Só dá pra ver o ouro no cabelo e um sorriso. E têm uns moleques, um maior que outro que também sorri. O dia está cinzento, é centro da cidade, não tem quintal. Mas tem varanda, com roupas estendidas no varal.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Gratidão Eterna

Bruno e Fabianne foram meus cupidos.
Sou eternamente grata a eles.
Me apresentaram ao meu amor de 8 anos e garantiram felicidade eterna (enquanto durou).
Se estivéssemos nos idos de 90 diríamos que eles me 'botaram na fita'.
a fita não toca mais a música, mas ter descoberto o amor, valeu uma vida inteira!

Não se faz amigo bebendo leite

Bem, eu nunca fiz amigo bebendo leite. Até porque eu não bebo leite há anos. Meu estômago é tão sensível.... No entanto, nem sempre fazemos amigos bebendo cerveja.
Fazemos amigos ao longo do relacionamento, rola um bar, um chopp escuro, malzebier, mas nem sempre a amizade se faz ali, entre um gole e outro. E também nem sempre lembramos do lugar e momento exato que pensamos "viramos amigos".
Alguns eu lembro: a Lê lembrou até do dia, 9 deabril, neste dia nos olhamos e pensamos 'seremos amigas'; a Val eu não lembro, acho que foi em outra vida; da Fabianne foi assim: tínhamos tanta coisa em comum, que a gente se reconhecia a cada papo; o Rigoletto eu quase lembro.
O Bruno eu lembro!
Estávamos em um luau, desses com chuva, bebida, rodinha, violão.
Eu devia estar bêbada, mas o Bruno estava mais!
Em um dado momento ele diz: 'você é um travesti!' E eu: 'pode ser, pra você travesti é bom ou ruim?' resposta:'travesti é lindo!' 'então pra você eu sou um travesti!'
Meu amor: Pra ti, serei tudo o que quiseres, é da lei!
Te amo!

Íamos dominar o mundo


Nesta foto, que roubei do orkut do marcelinho, companheiro dos tempos idos, está uma parte da juventude da década de 90, a que acreditava que iria dominar o mundo.
Eu entendo porque nos partidos de esquerda (nos de direita não me importa - me recuso a acreditar que a juventude se presta a ela) é comum associarem à juventude, uma característica tarefeira.
É compreensível, auge dos poucos anos, hormônios em ebulição. crença inabalável que qualquer atividade (lavar banheiro, vender jornal, grampear folhas) iria deflagrar a revolução socialista mundial.
Hoje sabemos que o papel grampeado só faz as folhas não se despencaram, que o banheiro limpo faz o mesmo ficar limpo, e o jornal vendido não garante nem a leitura do mesmo.
Mas naquele tempo, qualquer ação desembocaria, sem sombra de dúvidas, na revolução permanente.
E tínhamos tanto tempo... Dava tempo... 200 reuniões por semana: grêmio, AMES, fórum, núcleo, comitê, zonal, plenária. E quando sobrava tempo , não sei como, mas sobrava, fazíamos clube de filme, cursos de formação, debates, festas e íamos até a sede, pra ficar por ali, ajudando.
Ter todo o tempo do mundo - é o maior presente para quem, com poucos anos, crê na mudança do mundo.
De tudo ficou muita coisa
De mais especial ficou a Val.

Na foto: Eu, Bê, Marcelinho, Carlinhos, Suzana, Valeska, Rafa, Leila...

Minha mãe

Caetano falou uma coisa que eu queria muito dizer. No entanto ele passou a minha frente e disse primeiro. Sou obrigada a repetir como dele, palavras que na verdade são minhas, acreditem:
Minha mãe me deu ao mundo
de maneira singular
me dizendo uma sentença
para eu sempre pedir licença
mas nunca deixar de entrar

Te amo mãe, como o ar que eu respiro!

A maldade carioca

Era o meu primeiro ENEH (encontro nacional dos estudantes de história). Vitória, espírito santo. Acho que na primeira noite teve um luau. Com todas as coisas líquidas e fumacológicas que um luau de historiadores deveria ter, mais o violão e a Legião Urbana. Quando o Rio chegou, chegou cantando:
Abre a rodinha, meu amor
Abre a rodinha por favor
Vamos abrir a roda, enlarguecer

E os luaunenses devem ter pensado: "graça besta, abre logo a roda pra eles sossegarem"
Mas o intuito não era esse, não queríamos nem sentar! A cada tentativa de pais e filhos/ vento no litoral/ eduardo e monica.... a gente puxava um jingle. Foram muitos, o primeiro:
Quem tem piscina tony
tem praia particular
são cinco modelos
pra família aproveitar
Búzios, Ipanema, Parati, Guarujá
Copacabana, leve a tony para casa
deixe o sol te bronzear
e sinta a alegria da família transbordar
piscina tony, alegria da garotada!

Bem, o luau acabou logo, e ninguém mais feliz do que nós.
A meu favor só posso dizer que a ideia não foi minha.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

pro PROFA, guardei e achei apropriado

O ambiente em que fui alfabetizada não podia ser melhor: livros, jornais, revistas. Papai e mamãe nunca ficavam 1 dia sem ler algum livro, liam mais de uma vez o mesmo livro e explicavam que a história era muito boa. Mamãe dizia: “Cada vez que leio, leio diferente”.
Na hora de dormir, O Pequeno Príncipe ia para o quarto comigo e minha irmã, na voz da mamãe, nós aprendíamos tudo sobre vulcões e rosas, raposas e sentimento de responsabilidade por aquilo que cativamos.
Sabíamos sobre a “Vida íntima de Laura” e até perdoávamos a “Mulher que matou os peixes”.
A biblioteca da penha era, junto com a pracinha do IAPI e a fazendinha, a extensão da nossa casa, não era incomum ver toda a nossa família lendo por horas a fio.
A escola e os livros escolares eram apenas mais alguns instrumentos na maravilhosa aventura que, até hoje é para a nossa família, ler e escrever.

                                                               Amanda Guerra
                                                                    Abril/2005
Foi me perdendo na Terra do Nunca que me achei como leitora.
         Pelas mãos de Peter Pan, aos 3 anos de idade, passeava os dedos pela história, deliciando-me com desenhos encantados de meninos perdidos e piratas. Ao fundo a história pairava, saindo da vitrola, o disco era verde, eu achava lindo.
         A história sendo narrada ao fundo, os desenhos e as letras, todos os dias eu via, ouvia, contava para a minha irmã, mãe, pai primos, gatos, e qualquer leitor atento ou desatento, eu simplesmente, amava a história.
         Todos os dias eu “lia”, um dia percebi que não precisava mais da vitrola e passei a ler sozinha, e comecei a ler outras palavras, outras histórias, tudo começou a fazer sentido, lia sem os desenhos, lia tudo o que eu via.
         Na escola tinha a professora e uma cartilha chata do robô Robin, que me faziam ler palavras...Mas as palavras eram tão poucas, as histórias tão mais legais!
         Pra quem perguntasse, eu respondia: “Minha professora é a Denise, quem me ensinou a ler foi Peter Pan.”
Afetos e sabores
Cozinhar, comer e comemorar são atos que escondem dentro de si os segredos do mundo inteiro e talvez de outros mundos também. Pegar algo que até então era vivo, que precisou morrer para ressuscitar em nossas células, que nutre mas não só o corpo porque o sabor nutre a alma. Transmutação, alquimia, calor. Misturar os ingredientes, mais ou menos podem fazer um desastre, então...provar!
            Depois esperar porque no tempo é guardado o segredo da semente e do sabor, verificar pelo cheiro, o cheiro diz mais do que os olhos podem ver, e então aprender a dividir, não só o prato, mas o espírito, dividir o seu espírito, todo ele que você colocou junto da água na panela e ter a humildade de aceitar que ele será deglutido, devorado, e no final, aceitar e gostar... Aprender que o espírito devorado não some, se transforma junto com aquilo que encontra dentro de outros corpos, humores, estomacais as vezes.
            Existe alimento mais mágico que a batata? Cozida, assada, frita, dorê, lorada...cada uma com um gosto diferente, todas nutrem o corpo por igual, para nutrir a alma tem que encontrar na língua alheia o seu par perfeito.
            Na cozinha tem panela, água, calor, frio, colher, ingredientes, sal, açúcar, afeto...um microcosmo, um universo inteiro, assim como na toca da bruxa.
            A cozinheira e a feiticeira são no fundo a mesma mulher que espera ser devorada, saboreada, deglutida e amada.
31/5/2007

Esse foi pra uma das despedidas, o bom é que pra cada uma, tem um reencontro

         BETHANIA GUERRA DE LEMOS, BETH, BETA, SECHAT, KRALISSA SECHAT, PROFª BETHANIA, DOUTORA BETHANIA GUERRA DE LEMOS, IMÃ, MANA, BÉ, OU SIMPLESMENTE BÊ.
         VOCÊS CONHECEM ESSA MULHER? ESCREVEU SEU PRIMEIRO LIVRO AOS 6 ANOS, CHEGADA AOS MISTÉRIOS, PARTICIPOU DE UMA ORGANIZAÇÃO SECRETA AOS 12 ANOS, COMEÇOU A MILITÂNCIA AOS 13, CONCURSO PÚBLICO AOS 16, GRADUOU-SE, MESTROU-SE E DOUTOROU-SE AOS 30.PRODÍGIO? TEM TANTO MAIS...
         SEU NOME JÁ NOS DÁ MUITAS PISTAS, CARREGA A BATALHA SEMPRE VIVA, E CONJUGA O VERBO LER NO PLURAL, O SINGULAR É POUCO PARA ELA.
         VOCÊ SABIA QUE ESSA MULHER QUE ENTRARÁ DAQUI A POUCO RODOPIANDO E ENCANTANDO COM SUA DANÇA JÁ FOI UMA MENINA MUITO TÍMIDA.
         ALGUMAS COISAS PROMOVERAM GRANDES MUDANÇAS EM SUA VIDA: O TEATRO MUDOU SUA FORMA DE ESTAR NO MUNDO, O YOGA MUDOU SUAFORMA DE SENTIR O MUNDO, O PARTIDO AJUDOU A VER DE VERDADE O MUNDO, E O ESPANHOL A MANDOU PARA O MUNDO!
         QUEM CONHECE A PROF[ SÉRIA E COMPROMETIDA, PERGUNTE A ELA SOBRE A ACUSAÇÃO, INFUNDADA É CLARO, DE AGRESSÃO A UM DIRETOR DE ESCOLA. PARA QUEM CONHECE A PONDERADA PESQUISADORA, PERGUNTE SOBRE SUAS RADICAIS CONVICÇÕES POLÍTICAS. QUEM CONHECE A DANÇARINA, PERGUNTE SOBRE OS MOINHOS DE VENTO E OS GALOS GIGANTES, QUEM A VÊ SERENA EXPERIMENTE CONTRARIÁ-LA!
         PERMITAM-SE CONHECER BETHANIA, EM TODAS AS SUAS FACETAS MAS FAÇA LOGO, HOJE ELA SE DESPEDE NOVAMENTE.
         BÊ, PARA VOCÊ SOMENTE UM PEDIDO, VAI, MAS VOLTA LOGO!

Pra ser inteiro, tem que achar tua metade

Bê, minha metade irmã, tão minha, tão próxima que o mar, com todas as suas águas, não afasta, antes, nos une. No espelho que se forma ao nos olharmos, me inspiro e me reconheço, me desconheço e me procuro, me espanto e me aprendo, Ah! e como aprendo! Aprendo a ser forte na sua aparente fragilidade; aprendo a sorrir no seu sorriso maior que o mundo; aprendo a ser leve com sua intensidade expressa na testa, aprendo a ser pena na sua leveza despreocupada de dança; aprendo que é forte na casca miúda e pequena assim como posso ser frágil na casca grande e densa. Aprendo a ser eu, apreendendo você.
Nosso guias deviam estar inspirados quando falaram: Vai Bethania e Amanda, serem irmãs no mundo.
Te amo
Achei que minimamente, as feridas já estavam sendo curadas. Engano! Quando ouvi: "estranho seria se eu não me apaixonasse por você..." a certeza da eternidade me assombrou. Mesmo tendo sido eternos os 8 anos, ainda acho que foram poucos.

Todos os nomes

Amo todos os meus nomes.
O Amanda me livrou de precisar de livros de auto-ajuda. Acordo todo dia e penso: viva o dia para ser 'digna de ser amada', pronto , nunca precisei fazer análise!
Guerra, deveria ser o meu primeiro nome. Filha de Ogum, nascida sob o signo de Áries e devota de São Jorgr, cruz credo! Dou muitos bois pra entrar numa briga e por boiada alguma saio dela!
Acho lindo ter o verbo LER conjugado no plural dentro do nome, Lemos. É isso que fazemos, lemos.
E gosto dos outros nomes: Dinha, pra família, que enxerga a doçura onde nem você seria capaz de saber que há! Um antigo amigo me chama de Amandita, uma nova amiga também. É o nome de um doce gostoso. O meu irmão me chama de Manda. Apropriado. Tenho vocação para o co-mando, ou para a liderança revolucionária como diria minha irmã, a negra.
E tiveram os nomes que a crueldade adolescêntica me deram: Bélica, por conta do glossário de um texto na primeira aula de Português na quinta série. Bélica - relativo à guerra. E Nareba, por motivos óbvios e justificáveis. Não amei-os, mas também não os odiei e foram apropriados.
em um e-mail tem: aguerralemos.
Acho lindo! Olha o jogo de palavras: Há guerra? Lemos! ou Iremos à guerra? Então lemos! e por aí vai...
em um livro que li recente e que foi Lê que me emprestou, foi isso que fizeram para sobreviver, havia guerra e  mantiveram-se sãos pela leitura. O livro, sem dúvida, foi escrito para mim!
Não li Todos os nomes do Saramago (ainda) mas li o da Lê. Ter o nome começado por A tem lá suas vantagens (quase troquei o v por f) dentro da ordem alfabética, mas quando abri o livro e vi que o primeiro, O PRIMEIRO nome era o meu, me fiz em lágrimas que só me permitiram voltar a leitura 3 dias depois.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

A Conta


            Noutro dia me peguei fazendo a conta.
            Para explicar o que e porque, tenho que apresentar duas pessoas maravilhosas: minha irmã B e sua/nossa grande amiga D.
            Para evitar preconceitos preciso dizer que são pessoas inteligentíssimas, talvez duas das mais inteligentes que eu conheça; são graduadas, pós-graduadas, mestras, doutoras, parte da formação feita no exterior e por mérito não por grana, inclusive no início da vida acadêmica não tinham grana alguma, comiam pão com manteiga e açúcar no almoço e iam estudar com uniforme do 2º grau porque não podiam pagar passagem. São brilhantes, e como todo gênio, completamente malucas.
            Em certo momento da vida, entraram numa seita, sociedade secreta, sei lá! Só sei que pegaram uma mania de não pintar o cabelo de vermelho, não olhar para a lua cheia e fazer conta. Não conta do tipo divisão ou multiplicação, mas uma conta para saber à qual arcano maior do tarô tal coisa correspondia.
            Já as vi mudarem data de entrevista, desistir de alugar casa, maldizer candidato a vereador e prever o tempo de algum dia só por causa da conta.
            E recontavam também, às vezes dava um número um número ruim, aí somavam dezena e unidade para dar um número melhor. Se logo de primeira desse um bom número, diziam que não era preciso, umas trapaceiras, brilhantes, mas trapaceiras.
            Acontece que tem perto de onde eu moro, uma casa pra vender, já tem uns dois anos e ninguém compra, a casa é grande, com um quintal lindo! Mas já está todo descuidado e o mato começa a crescer. Passei pela porta dela e vi o número da casa e sem querer me peguei fazendo a conta. Achei estranho um imóvel tão bonito ainda estar desocupado.
            Adivinhe que número deu!

dois passos do paraíso

Bahia está cada dia mais perto. Não só o tempo cronológico me diz isso, mas o caminho prático e o emocional. prático:passagem comprada e metade da hospedagem paga. emocional: nunca pensei a Bahia como um desejo meu, sempre foi o sonho da minha mãe, aquele que ela não realizou, a bahia que ela quase foi, um sonho que estaria com ela quando se fizesse em caminho, mas que não era meu. desde que ele começou a ser trilhado me vi doida na bahia, já sonhei com as ladeiras, já senti o cheiro de mar, já senti dor de cabeça pelas trancinhas que vou fazer, já aguei com o acarajé! Sei lá mas estar na bahia em janeiro me parece a coisa mais certa a se fazer.
e está claro que não gosto de maiúsculas.

Não adianta chorar pelo leite derramado

E como posso ter esquecido do leite!!!!
Eu fujo de leite, mas que o diabo da cruz.
Tenho uma intolerância à lactose, mas já fui comedora compulsiva de queijo.
No entanto, nunca vi uma amizade se iniciar com um copo de leite!

domingo, 7 de novembro de 2010

esqueci dos vícios!

Leitura, café. Poucos? Pois é!

Tenho vícios

Comecei nessa história de blog profissionalmente, fiz um pra escola em que trabalho e outro para divulgar o que penso em torno da alfabetização. Tem tempo venho pensando em fazer um pessoal, mas fiquei deixando pra depois. Hoje li o blog da Dani e deu vontade de escrever. Como bebi café a noite, sei que tão cedo não vou dormir, aí peguei o caminho que já vinha se desenhando há um tempo e estou aqui. Não sei que formato vai ter, se vou divulgar, se vou escrever com frequência. Sei que está aqui. E é o começo. E todo caminho tem um começo, senão não seria caminho, seria só sonho.
O meu começa se realizando com essas letras, que sejam encantadas!